quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

DE ONDE VIERAM TANTAS LENDAS?


É bem dificil de aceitar certas historias que nos contam sobre não só de capoeiristas como tambem de diversos super-humanos que vieram aparecendo no decorrer da historia da humanidade e que mexem com a nossa imaginação e curiosidade ate hoje;
Eram pessoas aparentemente comuns que eram praticamente um exercito de um homem só o que levou á muitos reis, governadores, generais, coroneis e tiranos a perder o sono com suas ações audazes e seus feitos que ganhavam o carisma do povo que era oprimido. E com os nossos capoeirstas não podia ser diferente.
Assim como no topico qe falava sobre o escravo Adão (relembrando ser o primeiro relato sobre um capoerista), apareceram outros, alguns considerados arruaçeiros, outros herois e outros que diziam ter parte com as forças sobrenaturais ou com o proprio diabo.
Pra ajudar a compreender mais sobre esse assunto é nessessario falar sobre um conjunto de tecnincas milenares que ganhou força no Japão feudal: o ninjutsu.
A origem do ninjutsu é praticamente um misterio assim como a quantidade de tecnicas que ramificam seu estilo, sabe-se que o auge de sua força baseia-se na ilusão, decepção, mimetização com o ambiente a sua volta, discrição e sobrevivencia, onde dificilmente tinha a ver com força bruta ou o fato de confrontar diversos inimigos simultaneamente, mesmo que seu treinamento e o uso dessas tecinicas causassem a percepção de isso ser possivel pra eles. Os ninjas eram mestres em criar mitos e reputação e isso rendeu a eles a qualidade de “guerreiros ou demonios das sombras”.
Condicionados a essa mesma premissa se encontram os capoeiristas, sendo como a única arte marcial no mundo inteiro que se equipare de igual pra igual ao restante das artes marciais.
Relembro sobre uma reportagem sobre mestre Itapoã onde lhe foi perguntado sobre mestre Bimba e um artigo no jornal que falava que Bimba teria dado uma surra numa patrulha da policia militar, a noticia dizia que Bimba teria jogado os seis de cima de um barranco. O proprio Mestre Bimba disse pra Itapoã:”Olha Itapoã, a patrulha me cercou na beira do barranco, eu verifiquei que o único armado era o Sargento, então peguei ele e joguei no barranco, os outros desceram pra ajudar o Sargento e eu corri, fui embora. E você acha que no dia seguinte eu ia aparecer no jornal pra desmentir a noticia?” e ele ria muito!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O BERIMBAU E A SUA ORIGEM


Sua origem se perde na poeira dos milênios, porque o instrumento nada mais é que um modelo de arco, um dos primeiros instrumentos usados pelo homem para produzir sons, há quase 20 mil anos. A grande dúvida dos estudiosos, até hoje sem resposta, é se foi o arco usado para atirar flechas que deu origem ao arco musical - tataravô do berimbau - ou se ocorreu o contrário. Seja como for, o instrumento ganhou a forma que tem hoje entre as antigas tribos nativas africanas. Tudo indica que ele teria chegado ao Brasil já em 1538, junto com os primeiros escravos. Aqui, ele passou a ser identificado como elemento típico da capoeira. "O berimbau é a alma dessa mistura de dança e arte marcial, definindo tanto os movimentos quanto o ritmo", afirma a historiadora Rosângela Costa Araújo, doutoranda na USP e fundadora do Grupo Nzinga de capoeira-angola. Isso não significa, porém, que seu som hipnótico se mantenha restrito às rodas de luta.
Na África, ele marca presença como acompanhamento musical de rituais fúnebres - e no Brasil também foi usado, no século XIX, por escravos recém-libertados para atrair compradores para os doces que vendiam nas ruas. Apesar do jeitão de objeto improvisado, o berimbau é um instrumento sofisticado, capaz de emitir várias sonoridades. Numa roda de capoeira autêntica, ele costuma aparecer em trio, cada um com um diferente tamanho de cabaça (sua caixa de ressonância). Quanto maior ela for, mais grave é o som.

Para tocar berimbau é preciso dominar seus sete componentes:

Baqueta
A vareta de madeira, que mede entre 30 e 40 cm, é batida contra a corda para emitir o som

Dobrão
Normalmente é uma moeda velha - mas há quem use uma pedra em seu lugar. Ela é segurada entre o polegar e o indicador da mão esquerda e faz variar as notas emitidas pelo berimbau, dependendo da pressão que faz na corda

Cabaça
O fruto seco e limpo da cabaceira (árvore comum no norte do Brasil) tem o formato de uma cuia e funciona como caixa de ressonância

Verga
O arco, com cerca de 1,60 m de comprimento, é feito geralmente do caule de um arbusto chamado biriba, comum no Nordeste

Corda
O fio de arame de aço bem esticado costuma ser arrancado de pneus radiais

Amarração da cabaça
O barbante que prende a cabaça à verga ajuda a passar para ela o som emitido pela corda

Caxixi
O pequeno chocalho (com pedrinhas, sementes ou búzios) reforça a marcação do ritmo

terça-feira, 18 de maio de 2010

SOBRE O PRIMEIRO REGISTRO SOBRE A CAPOEIRA EM 1789



O registro a seguir é o que seria o primeiro, senão um dos um dos primeiros sobre capoeira.

Jornal do Brasil
15 de novembro de 1999
Caderno B, p.22 - 1ª Edição
CRÔNICAS DO RIO COLONIAL
20ª semana, 36ª crônica
NIREU CAVALCANTI

O capoeira

O mulato Adão, escravo de Manoel Cardoso Fontes, comprado ainda moleque, tornou-se um tipo robusto, trabalhador e muito obediente ao seu senhor, servindo-lhe nas tarefas da casa.
Manoel resolveu explorá-lo alugando-o a terceiros como servente de obras, carregador ou outro qualquer serviço braçal. Tornou-se Adão deste modo uma boa fonte de renda para seu senhor.
Com o passar do tempo, o tímido escravo, que antes vivera sempre caseiro, tornou-se mais desenvolto, independente e começou a chegar tarde em casa, muito tempo depois do término do serviço. Manoel questionava-o: o que levava à mudança de conduta? As desculpas eram as mais inconsistentes para o senhor. Até ocorrer o que já o preocupava: Adão não mais voltou para casa. Certamente fugira para algum quilombo do subúrbio da cidade.
Para sua surpresa, Manoel foi encontrar Adão por trás das grades da cadeia da Relação. Havia sido preso junto a outros desordeiros que praticavam a capoeira. Naquele dia ocorrera uma briga entre capoeiras e um deles fora morto. Crimes gravíssimos para as leis do reino: a prática da capoeiragem, ainda resultando em morte.
No decorrer do processo constatou-se que Adão era inocente quanto ao assassinato, mas foi confirmada sua condição de capoeira, sendo, por isso, condenado a levar 500 açoites e a trabalhar dois anos nas obras públicas.
Seu senhor, após Adão cumprir alguns meses de trabalho e ter sido castigado no pelourinho, solicitou ao rei, em nome da Paixão de Cristo, perdão do resto da pena argumentando ser um homem pobre e, portanto, muito dependente da renda que seu escravo lhe dava. Comprometeu-se a cuidar para que Adão não mais voltasse a conviver com os capoeiras, tornando-se um deles. Teve o pedido homologado pelo Tribunal em 25.04.1789.
(ANRJ — Tribunal da Relação — cód. 24, livro 10)

Publicado inicialmente com ilustrações de Hélio Brasil. Copyright © 1999-2000, JB Online. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo do JB Online para fins comerciais.
notas.

No ano de 1789, Páscoa foi no 12 de abril.
Nireu Cavalcanti publicou 53 crônicas semanais em 1999-2000 no Jornal do Brasil, continuando a sua pesquisa, que desembocou em tese de doutorado de história e livro, trabalhos que interessam a todos que querem se inteirar do contexto daquela notícia de capoeira.

domingo, 2 de maio de 2010

O QUE É MANDINGA?

A Mandinga nada mais é que a habilidade de se quebrar todas quaisquer expectativas, o mandingueiro nada mais é que um ator, um ilusionista, um mago, um mendigo, um louco, um fraco ou um imortal e no final ele confirma que num é nada daquilo e ao mesmo tempo é muito mais que tudo isso.
O mandingueiro não é um mentiroso, mas um reflexo do que as pessoas ao seu redor querem ver.Pra mim isso é mandinga.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

SOBRE A CAPOEIRA ANGOLA E A LUTA REGIONAL BAIANA

à direita mestre Pastinha ensinando angola pra duas alunas e abaixo mestre Bimba
















Antes de começar a falar sobre qualquer outro assunto me permitam deixar uma coisa bem clara: capoeira sempre foi e sempre será uma coisa só. Não existem dois estilos de capoeira e sim somente a capoeira que é a angola que era praticada pelos negros escravos e os malandros ate o fim da década de 20 do séc. passado.
O que muitos conhecem como capoeira regional foi chamada pelo próprio mestre Bimba de “Luta Regional Baiana”, que por falta de necessidade de distinção de muitos mestres da arte acabou sendo atribuída à capoeira.
Mas uma coisa é verdadeira: mestre Bimba era angoleiro e teve sua base para criar a Luta Regional Baiana através de muitos elementos da Capoeira Angola.

Para diferenciar as duas venho a dizer que:

Capoeira Angola: é arte, visa a auto defesa e a auto preservação através da consciência de todos os aspectos seja físicos, emocionais, psicológicos, míticos, e de uma consciência estratégica de tudo e todos que se encontrava a sua volta. Um angoleiro podia evitar um embate usando somente a lábia, mesmo sabendo que se houvesse precisão de lutar estaria pronto pra isso. Não existiam regras pra um angoleiro, mas sim fundamentos e ensinamentos abrindo a visão do angoleiro para o mundo á volta.

Luta Regional Baiana: é esporte e luta também chamada retórica do corpo ou ginástica marcial, visando a busca de uma qualidade de vida, visando fazer com que seu praticantes buscassem ter uma melhor instrução acadêmica e uma profissão adquirindo assim uma postura de cidadãos respeitados. Existe um conjunto de regras e fundamentos na Luta Regional Baiana que também preparam seus praticantes para se defenderem de quaisquer eventualidades.

Tanto a Capoeira como a Luta Regional Baiana tem suas qualidades e a sua importância para a nossa cultura e educação e são fundamentais na historia do nosso país.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

SOBRE O GRUPO ALIANÇA DE RUA HOJE


O grupo Aliança de Rua Capoeira foi fundado em 1998, formado por praticantes de capoeira de rua, freqüentadores da extinta Roda de Capoeira do Parque do Carmo (extinta por enquanto), juntamente com praticantes de outras artes marciais e entusiastas. A intenção da formação do grupo era promover aulas de capoeira e palestras para as crianças e jovens da comunidade. Os fundamentos do grupo se voltam ao desenvolvimento do praticante ou do individuo pela sua própria evolução, nunca voltada para uma graduação ou formação, a evolução da arte voltada para a convivência e a interação do individuo com o ambiente á volta, tornando o praticante uma pessoa de bem com sigo mesma e com as outras pessoas.

O aprendizado não se volta somente ao treinamento e condicionamento físico, mas também ao estudo da historia das etnias e da miscigenação dos povos que constituem o nosso país, como também o resgate de fundamentos e costumes que a muito foram esquecidos com a modernidade e a falta de informação de muitos mestres e professores (devo lembrar que muitas das tradições era passada de boca em boca, uma vez que raramente um escravo era alfabetizado, havendo assim muito pouco escrito para se confirmar o que era certo ou errado). Apesar de haver muita divulgação da arte em todo o seu contexto por meios de livros, revistas, internet, tv, e outros meios.

O INICIO DA HISTORIA


Por volta do séc. XVI os Portugueses trouxeram para o Brasil os negros africanos que eram escravizados e oprimidos pelo homem branco, fora que de principio eram traidos pelos negros da mesma raça embora membros de tribos vizinhas(o que infelizmente ate hoje ocorre nos paises africanos com seus conflitos civis). Ja durante o transporte de navio para o Brasil muitos morriam ou adoeciam, e algumas vezes independente de estar vivo ou morto era jogado ao mar. E tristemente o sofrimento do negro escravizado mal estava começando...
Chegando ao Brasil o escravo era tratado como um objeto, um acessório, ou um animal domestica vivendo sem liberdade trabalhando forçado para seu senhor de engenho ou fazendeiro, alguns que serviam os nobres cumpriam afazeres por meio de pequenas recompensas, podendo assim acumulando determinadas quantias comprar sua carta de alforria, fato que nem sempre tinha sucesso pois haviam muitos que ao se apresentarem com a quantia eram acusados de roubo.
E assim viveu o negro no Brasil por quase 300 anos...

Mas como quem bate esquece e quem apanha revida um dia, os feitores e capitães do mato não contavam que muitos negros que eram guerreiro exímios e caçadores inegavelmente habilidosos
começaram aprimorar técnicas de uma luta ate então desconhecida (e considerada uma dança pelos capitães do mato e outros de fora da senzala) a a formar rebeliões e fugas, começando assim a formar acampamentos que eles chamavam de quilombos.

E esse meus amigos é o começo de varias lendas sobre uma luta que na época não era levada a serio, para ser a maior arma de liberdade e ser conhecida mundialmente por CAPOEIRA!