quinta-feira, 22 de abril de 2010

SOBRE A CAPOEIRA ANGOLA E A LUTA REGIONAL BAIANA

à direita mestre Pastinha ensinando angola pra duas alunas e abaixo mestre Bimba
















Antes de começar a falar sobre qualquer outro assunto me permitam deixar uma coisa bem clara: capoeira sempre foi e sempre será uma coisa só. Não existem dois estilos de capoeira e sim somente a capoeira que é a angola que era praticada pelos negros escravos e os malandros ate o fim da década de 20 do séc. passado.
O que muitos conhecem como capoeira regional foi chamada pelo próprio mestre Bimba de “Luta Regional Baiana”, que por falta de necessidade de distinção de muitos mestres da arte acabou sendo atribuída à capoeira.
Mas uma coisa é verdadeira: mestre Bimba era angoleiro e teve sua base para criar a Luta Regional Baiana através de muitos elementos da Capoeira Angola.

Para diferenciar as duas venho a dizer que:

Capoeira Angola: é arte, visa a auto defesa e a auto preservação através da consciência de todos os aspectos seja físicos, emocionais, psicológicos, míticos, e de uma consciência estratégica de tudo e todos que se encontrava a sua volta. Um angoleiro podia evitar um embate usando somente a lábia, mesmo sabendo que se houvesse precisão de lutar estaria pronto pra isso. Não existiam regras pra um angoleiro, mas sim fundamentos e ensinamentos abrindo a visão do angoleiro para o mundo á volta.

Luta Regional Baiana: é esporte e luta também chamada retórica do corpo ou ginástica marcial, visando a busca de uma qualidade de vida, visando fazer com que seu praticantes buscassem ter uma melhor instrução acadêmica e uma profissão adquirindo assim uma postura de cidadãos respeitados. Existe um conjunto de regras e fundamentos na Luta Regional Baiana que também preparam seus praticantes para se defenderem de quaisquer eventualidades.

Tanto a Capoeira como a Luta Regional Baiana tem suas qualidades e a sua importância para a nossa cultura e educação e são fundamentais na historia do nosso país.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

SOBRE O GRUPO ALIANÇA DE RUA HOJE


O grupo Aliança de Rua Capoeira foi fundado em 1998, formado por praticantes de capoeira de rua, freqüentadores da extinta Roda de Capoeira do Parque do Carmo (extinta por enquanto), juntamente com praticantes de outras artes marciais e entusiastas. A intenção da formação do grupo era promover aulas de capoeira e palestras para as crianças e jovens da comunidade. Os fundamentos do grupo se voltam ao desenvolvimento do praticante ou do individuo pela sua própria evolução, nunca voltada para uma graduação ou formação, a evolução da arte voltada para a convivência e a interação do individuo com o ambiente á volta, tornando o praticante uma pessoa de bem com sigo mesma e com as outras pessoas.

O aprendizado não se volta somente ao treinamento e condicionamento físico, mas também ao estudo da historia das etnias e da miscigenação dos povos que constituem o nosso país, como também o resgate de fundamentos e costumes que a muito foram esquecidos com a modernidade e a falta de informação de muitos mestres e professores (devo lembrar que muitas das tradições era passada de boca em boca, uma vez que raramente um escravo era alfabetizado, havendo assim muito pouco escrito para se confirmar o que era certo ou errado). Apesar de haver muita divulgação da arte em todo o seu contexto por meios de livros, revistas, internet, tv, e outros meios.

O INICIO DA HISTORIA


Por volta do séc. XVI os Portugueses trouxeram para o Brasil os negros africanos que eram escravizados e oprimidos pelo homem branco, fora que de principio eram traidos pelos negros da mesma raça embora membros de tribos vizinhas(o que infelizmente ate hoje ocorre nos paises africanos com seus conflitos civis). Ja durante o transporte de navio para o Brasil muitos morriam ou adoeciam, e algumas vezes independente de estar vivo ou morto era jogado ao mar. E tristemente o sofrimento do negro escravizado mal estava começando...
Chegando ao Brasil o escravo era tratado como um objeto, um acessório, ou um animal domestica vivendo sem liberdade trabalhando forçado para seu senhor de engenho ou fazendeiro, alguns que serviam os nobres cumpriam afazeres por meio de pequenas recompensas, podendo assim acumulando determinadas quantias comprar sua carta de alforria, fato que nem sempre tinha sucesso pois haviam muitos que ao se apresentarem com a quantia eram acusados de roubo.
E assim viveu o negro no Brasil por quase 300 anos...

Mas como quem bate esquece e quem apanha revida um dia, os feitores e capitães do mato não contavam que muitos negros que eram guerreiro exímios e caçadores inegavelmente habilidosos
começaram aprimorar técnicas de uma luta ate então desconhecida (e considerada uma dança pelos capitães do mato e outros de fora da senzala) a a formar rebeliões e fugas, começando assim a formar acampamentos que eles chamavam de quilombos.

E esse meus amigos é o começo de varias lendas sobre uma luta que na época não era levada a serio, para ser a maior arma de liberdade e ser conhecida mundialmente por CAPOEIRA!